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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Punção Venosa

PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA
Conceito:
É um conjunto de ações que visam à administração de fluídos de forma contínua, coleta de sangue, administração de medicamento ou manutenção de uma via de acesso venosa, através da introdução de um cateter num vaso sanguíneo venoso periférico.
Finalidade:
Instalar cateter em trajeto venoso periférico para coleta de:

  •   Sangue venoso;
  •  Infusão contínua de soluções;
  • Administração de medicamentos;
  • Manutenção de uma via de acesso venosa;
  •  Administração intermitente de medicamentos (por meio de salinização do cateter).
Indicação:

  •   Desidratação em adultos e crianças,
  •  Reposição de volumes estéreis,
  • Administração de drogas de uso contínuo e hemoderivados,
  • Manter via de acesso rápido em situações emergenciais.
Contraindicação:

  •  Hiperemia,
  • Flebites,
  • Edemas,
  • Escoriações,
  • Queimaduras
  • Fraturas presentes no local da punção.
Responsabilidade:

  • Enfermeiro;
  • Técnico de Enfermagem;
  • Auxiliar de Enfermagem.
Complicações:

  •  Hematoma local;
  • Sinais Flogísticos;
  • Extravasamento do líquido no local;
  • Punção Arterial Acidental.


Locais para Punção  Venosa:
1.        Fossa cubital: A primeira escolha para a punção venosa é a fossa cubital por apresentar veias periféricas de maior calibre e melhor visualização, bem utilizada em coleta de exames ou punções de emergências, já não tão bem aproveitadas para a manutenção de acessos periféricos a pacientes com necessidade de longa permanência do acesso.
2.       Região cefálica: bastante utilizada em bebês.

3.       Região cervical:
4. Região dos membros superiores: braço (cefálica e basílica), antebraço (cefálica, cefálico-acessória, basílica, intermediária do antebraço).
a.       A veia basílica começa no dorso da região radiocárpica, cruza a margem medial do antebraço em seu terço distal e situa-se na face anterior. Chega à altura do epicôndilo medial e passa a acompanhar a face medial do braço, seguida pelo nervo cutâneo medial do braço. Perfura a fáscia do braço para terminar numa veia braquial.
b.      A veia cefálica é superficial e corre lateralmente ao membro superior (posição anatômica). Tem uma comunicação com a veia basílica pela veia intermédia do cotovelo e drena para a veia axilar mais medialmente ao trígono clavipeitoral. Essa veia passa entre os músculos deltoide e peitoral maior no braço e muitas vezes são visíveis na pele.


4.1: Região da mão: Veia basílica, veia cefálica e veias metacarpianas dorsais.
4.2: Região dos Membros Inferiores: (veias de última escolha): Veia safena magna
Descrição da Técnica:
1. Confira nas prescrições médica e de enfermagem, a indicação de realização do procedimento.
2. Leve a bandeja para o quarto do paciente e coloque-a na mesa auxiliar.
3. Explique o procedimento ao paciente.
4. Higieniza as mãos
5. Calce as luvas de procedimento
6. Escolha o local de acesso venoso, exponha a área de aplicação e verifique as condições das veias.
7. Garroteie o local a ser puncionado ( em adultos: a aproximadamente 5 a 10 cm do local da punção venosa), a fim de propiciar a dilatação da veia.
8. Faça a antissepsia do local com algodão embebido em álcool 70%, em movimentos circulares, do centro para as extremidades.
9. Mantenha o algodão seco ao alcance das mãos.
10. Tracione a pele para baixo, com o polegar, abaixo do local a ser puncionado.
11. Introduza o cateter venoso na pele, com o bisel voltado para cima, a um ângulo aproximadamente  de 30 a 45º.
12. Uma vez introduzido na pele, direcione o cateter e introduza-o na veia.
13. Abra o cateter e observe o refluxo sanguíneo em seu interior.
14. Solte o garrote.
15. Observe se há sinais de infiltração, extravasamento do líquido infundido ou hematoma no local da punção, além de queixas de dor ou desconforto.
16. Fixe o dispositivo com esparadrapo ou adesivo hipoalergênico.
17. Oriente o paciente sobre os cuidados para manutenção do cateter.
18. Recolha o material e encaminhe os resíduos para o expurgo.
19. Descarte o material perfuro cortante em recipiente adequado.
20. Retire as luvas de procedimento.
21. Higienize as mãos.
22. Faça as anotações de enfermagem quanto à punção, em impresso próprio, especificando o local da punção e o cateter utilizado.



Para infusão continua de solução (Soro)
A. Antes da punção, conecte o equipo ao frasco de solução e retire o ar do sistema.
B. Conecte a torneirinha, o tudo extensor ou o tubo em Y ao equipo do sistema de infusão.
C. Conecte o sistema ao cateter venoso.
D. Inicie a infusão, no tempo e à velocidade recomendados. Calculo de gotejamento

Para administração de medicamento
A. Conecte a seringa que contém o medicamento ao cateter venoso.
B. Inicie a infusão, no tempo e à velocidade recomendados.

Tipos de Cateter:
Jelco
Têm um número de acordo com o biótipo do paciente. Os jelcos são dispositivos flexíveis onde à agulha é envolvida por um mandril flexível, após a punção, a agulha é retirada ficando na luz da veia apenas o mandril. São numerados em números pares do 14 (maior e mais calibroso) até o 24(menor e mais fino):


  •  Jelco 14 e 16: Adolescentes e Adultos, cirurgias importantes, sempre que se devem infundir grandes quantidades de líquidos. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa.
  •  Jelco 18: Crianças mais velhas, adolescentes e adultos. Administrar sangue, hemoderivados e outras infusões viscosas. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa.
  • Jelco 20: Crianças, adolescentes e adultos. Adequado para a maioria das infusões venosas de sangue e outras infusões venosas (hemoderivados).
  • Jelco 22: Bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões. É mais fácil de inserir em veias pequenas e frágeis, deve ser mantida uma velocidade de infusão menor. Inserção difícil, no caso de pele resistente.
  • Jelco 24: RN’s, bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões, mas a velocidade de infusão deve ser menor. É ideal para veias muito estreitas, por exemplo, pequenas veias digitais ou veias internas do antebraço em idosos.

Scalp:
Dispositivo tipo “butterfly” ou “borboleta”, agulhado, mais utilizado para infusões venosas que deverão permanecer por menor tempo, pois, com este tipo de dispositivo a agulha permanece dentro da veia e por ser rígida, caso o paciente movimente o local da inserção, pode lesionar a veia, causando infiltração com edema, o que leva a necessidade da realização de outra punção em outro lugar, pois “perde-se a veia”. Esses dispositivos são numerados em números ímpares do 19 (agulha maior e mais calibrosa) ao 27 (agulha menor e menos calibrosa).

Recipiente para Armazenar  Perfurocortante:

Tipos de Garrote para Punção Venosa:
 


Vídeo aula Punção Venosa com jelco:




Técnicas Básicas de Enfermagem - Koch,Walter;Edição: 24a.;Ano: 2007

Técnicas Básicas de Enfermagem -Andrea Cristine Bersane Volpato; Vanda Cristina dos Santos Passos; Edição: 4ª ;Ano: 2013; Editora Martinari

Links:

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Síndrome de Rasmussen

Síndrome de Rasmussen

Conceito:
A Síndrome de Rasmussen, também conhecida como Encefalites Focais Crônicas (CFE) ou Encefalite de Rasmussen, é uma desordem neurológica rara e progressiva, caracterizada por ataques epiléticos frequentes e severos, perda de habilidades motoras e da fala, hemiparesia (paralisia em um lado do corpo), encefalites (inflamação do cérebro), demência, e deterioração mental. Esta desordem, que afeta um único hemisfério cerebral, geralmente acontece em crianças com menos de 10 anos de idade. Representa uma doença rara que consiste numa reação inflamatória dos tecidos cerebrais, de modo crônico e lentamente progressivo, cuja etiologia é desconhecida.

Etiologia:
A etiologia da síndrome ainda é desconhecida. Contudo, estudos apontam que o citomegalovírus ou o herpes vírus simples possam ser os responsáveis por desencadear a desordem. Além disso, alguns pesquisadores indicam que fatores autoimunes são responsáveis pela encefalite de Rasmussen.

Quadro Clínico:
As manifestações clínicas desta síndrome envolvem:
ü  Convulsões focais ou multifocais,
ü  Movimentos involuntários de uma mão ou de um pé durante dias, semanas ou meses, caracterizando uma epilepsia parcial contínua.
 Progressivamente, há o surgimento de:
ü  Fraqueza muscular de um lado do corpo, levando apenas alguns meses, ou até anos, para ocorrer paralisia de um braço ou perna.
 Também podem ser observados:
ü  Disartria,
ü  Disfasia,
ü  Alterações comportamentais e de aprendizagem,
ü   Atraso mental.

Diagnóstico:
O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico apresentado pelo paciente. A confirmação é feita por meio da ressonância magnética nuclear. Exame histopatológico revela acúmulo de linfócitos perivasculares, proliferação de nódulos microgliais, perda neuronal e glicose no hemisfério afetado.



Tratamento:
Nos casos em que não há hemiplegia:
ü  O tratamento é feito com anticonvulsivantes,
ü  Corticosteroides,
ü   Imunoglobulina intravenosa,
ü   Dieta cetogênica ( Na dieta cetogênica é eliminado o consumo de carboidratos. A alimentação se torna basicamente rica em proteínas.)
ü  Plasmaferese(é uma técnica utilizada para fazer a separação entre o plasma e os outros elementos do sangue e para remover do plasma os elementos que possam estar sendo responsáveis pela doença do paciente.)
ü   Imunoglobulina intravenosa e esteroide.

Quando não há remissão espontânea das convulsões:
ü  A melhor opção é realizar a hemisferectomia, que consiste na ressecção cirúrgica do hemisfério afetado. O diagnóstico precoce é importante para aumentar as chances de sucesso do tratamento.

Prognóstico:
A prognose para indivíduos com encefalite de Rasmussen varia. Sem tratar, a desordem pode conduzir a déficits neurológicos severos que incluem retardamento mental e paralisia. Em algumas cirurgias, os pacientes tiveram o número de convulsões diminuídas. Porém, a maioria dos pacientes acaba com alguma paralisia e déficits de fala.

Referências:

Leia Também:

Vale a pena assistir:


Mãos Talentosas

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Câncer de Próstata

Câncer de Próstata ( Neoplasia Maligna da Próstata)

Conceito:
Câncer de próstata é uma doença na qual ocorre o desenvolvimento de tumor na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino. Ocorre quando as células da próstata sofrem mutações e começam a se multiplicar sem controle. Estas células podem se espalhar (metástase) a partir da próstata em direção a outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos.

Revisão de Anatomia da Próstata
  • A próstata é uma glândula, com o tamanho de uma amêndoa e formato de uma maçã;
  • Ela está situada na parte baixa do abdômen, à frente do reto, sob a bexiga e envolve a uretra, o canal que permite o escoamento da urina.
  • A função principal da próstata é a de produzir uma parte do líquido seminal, fluido que compõe o esperma e uma enzima que ajuda na coagulação do sangue.
  • Possui dois tipos de tecido: o conjuntivo (dá sustentação e produz enzimas) e o glandular (produz o líquido prostático).
  • Na idade adulta, uma próstata normal pesa aproximadamente de 20 a 25 gramas com dimensões de aproximadamente 4 cm de largura, 3 cm de altura e 2 cm de espessura.


Incidência:
  • É o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres.
  • Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
  • Em 2014 estimam-se aproximadamente 68.800 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil.
Fatores de Risco:
  • Idade avançada (acima de 50 anos),
  • Histórico familiar da doença,
  • Fatores hormonais e ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras, vegetais e frutas baixam as defesas do corpo contra o câncer),
  • Sedentarismo e excesso de peso.
  • Os negros constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença.
Sintomas:
  • A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas;
  • Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar:
       ♦ Jato fino e fraco.
        ♦ Dificuldade para iniciar a micção.
        ♦ Gotejamento final.
        ♦ Sensação de bexiga cheia após a micção.
        ♦ Levantar várias vezes à noite para urinar.
        ♦ Urgência para urinar.
        ♦ Urinar muito frequentemente o dia todo.
  • Hematúria ( presença de sangue na urina);
  • Dor óssea (coluna, fêmur e bacia), principalmente na região das costas, devido à presença de metástases, é sinal de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade.
  • Perda de Peso
Diagnóstico:
  • Por meio de interrogatório clínico;
  • Exame laboratorial de PSA;
  • Toque Retal;
  • Ultrassom transretal ( detecta tumores pequenos ou que estejam localizados em áreas da próstata não alcançadas pelo toque retal.
  • Observação: Juntos, esses exames identificam até 98% dos tumores.
  • Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno.
Quem deve fazer exame de próstata:     
  • Todos os homens após os 45 anos.
  • Todos os homens após os 40 anos que tiverem antecedentes de câncer de próstata ou mama em parentes de primeiro grau.
O que é o PSA:
        ♦ Abreviação de Prostatic Specific Antigen.
        ♦ Em português: Antígeno Prostático Específico, uma proteína produzida pela próstata.
        ♦ Serve para avaliar a próstata e não exclusivamente o câncer.
        ♦ É um exame muito valioso para prevenção.
Pode estar alterado pelo aumento benigno ou maligno (câncer) da próstata. Cabe ao seu médico identificar o problema.
Fatores que agem alterando o valor do Exame de PSA:
  • Toque retal;
  • Relação sexual;
  • Esportes que tocam a próstata podem alterar o PSA sem causar doenças à próstata.
Por isso, devem ser evitados antes de colher os sangues para o exame.

Tratamento:
  • Cirurgia (prostatectomia radical);
  • Radioterapia;
  •  Hormonioterapia;
  • Quimioterapia.
Medidas Preventivas
  • Dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gordura;
  • Consumir tomate;
  • Pelo menos 30 minutos diários de atividade física;
  • Manter o peso adequado à altura;
  • Diminuir o consumo de álcool;
  • Não fumar;
  • Homens a partir dos 45 anos devem realizar exames de rotina;
  • Quem tem histórico familiar da doença  iniciar os exames de rotina a partir dos 40 anos.
Prostatectomia
É a remoção cirúrgica de parte ou total da próstata
Fonte: www.youtube.com/watch?v=HNHe7fnNwuU

Indicações
  • Neoplasia Maligna da próstata
  • Hiperplasia benigna de próstata que chega a ponto de restringir o fluxo de urina através da uretra.
Tipos de Prostatectomia

Prostatectomia aberta:
 Procedimento cirúrgico que envolve uma incisão na pele e retirada do adenoma prostático. Dentro desta temos:

1. Prostatectomia Perineal radical: incisão feita no períneo, entre o reto e o escroto, e a próstata é removida;
2. Prostatectomia Repúbica Radical: incisão feita no abdome inferior e a próstata é removida saindo por trás do osso púbico ( retropúbica)
3. Prostatectomia Laparoscópica: está indicada no tratamento do câncer da próstata localizado em pacientes com expectativa de vida de pelo 10 anos.
É realizada com o paciente sob anestesia geral.
Habitualmente empregada cinco incisões no abdome e a próstata inteira é removida, preservando nervos que são mais facilmente lesados por uma abordagem perineal ou retropúbica e sendo mais econômica que a técnica cirúrgica auxiliada por um robô.
O maior problema durante a operação é o risco de sangramento pelas grandes veias em frente à próstata.
Um pouco de urina pode vazar no ponto de sutura entra a bexiga e uretra, mas isso logo para.
Dificuldade controlar a urina, pois existe uma relação entre os músculos da bexiga e a próstata, assim com a remoção da próstata vai afetar esses músculos. É muito comum acontecer isso, mas passa em de dois dias após a remoção cateter.

Complicações:
  • Incontinência urinária;
  • Disfunção erétil;
  • Formação de coágulos que podem obstruir o cateter, distender a cápsula prostática e provocar hemorragia.
Cuidados de enfermagem
  • Administrar e controlar hidratação oral ( soro e ingesta de líquidos);
  • Monitorar cateterismo vesical de demora, com controle de irrigação;
  • Observar sinais de hemorragia;
  • Manter acessos venosos;
  • Administrar medicamentos conforme prescrição;
  • Observar o curativo com frequência;
  • Remover suturas conforme prescrição;
  • Instruir o paciente na alta que não deverá dirigir automóveis por certo tempo, executar trabalhos ou exercícios que exijam muito esforços, e que qualquer sinal de sangramento, febre ou anormalidade deverá procurar o médico.
Leia Também:

Referências:
http://www2.inca.gov.br/
www.oncoguia.org.br
http://www.accamargo.org.br/

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Cateterismo Vesical

CATETERISMO VESICAL
Conceito/Finalidades:
 É a introdução de um cateter ou sonda estéril através da uretra até a bexiga, com fim de diagnóstico ou tratamento.
Indicações Gerais:
·         Drenagem vesical por obstrução crônica,
·         Disfunção vesical (bexiga neurogênica),
·         Drenagem vesical após cirurgias urológicas e pélvicas,
·         Medida de diurese em pacientes graves,
·         Assegurar a higiene perineal e o conforto de pacientes incontinentes de urina e   comatosos.
Contraindicação:
·         Obstrução mecânica do canal uretral,
·          Infecção do trato urinário baixo.
Responsabilidade:
·         Enfermeiro
Tipos de Cateterismo Vesical:
1.       Cateterismo Vesical de Alívio
2.       Cateterismo Vesical Intermitente
3.       Cateterismo Vesical de Demora
Complicações:
·         Infecção urinaria: mas comum causada principalmente pelo uso incorreto da técnica asséptica.
·         Hemorragia: pode ser causada pela utilização de uma sonda de calibre inadequado ao tamanho da uretra, passagem incorreta, existência de patologias previa.
·         Formação de cálculos na bexiga: devido longa permanência da sonda.
·         Bexiga neurogênica: nos pacientes com permanência prolongada da sonda.
·         Trauma tissular: devido a aplicação de força durante a passagem, utilização de sonda muito calibrosa.
Cateterismo vesical de Alívio
Um cateter reto (sonda de nelaton), e de uso único é introduzido por um período suficiente para drenar a bexiga. Quando a bexiga estiver vazia o cateter deve ser retirado imediatamente. Este tipo de cateterismo pode ser repetido quando necessário, porém, o uso repetido aumenta os riscos de trauma e infecção.

Indicações:
·         Alívio para retenção urinária;
·         Obtenção de urina estéril;
·         Avaliação de urina residual depois da micção;
Cateterismo Vesical intermitente
É aquele realizado e utilizado em horários pré-estabelecidos. Ex: de 6/6h, nos casos de bexiga neurogênica, etc....
Cateterismo Vesical de Demora
Uma sonda de demora ou folley permanece no local por um período prolongado. Possui um balão insuflável com água que envolve a sonda exatamente abaixo da extremidade, quando insuflado, o balão repousa contra a saída da bexiga, fixando a sonda na posição.
A sonda de retenção ou de demora pode possuir  duas vias( sonda de Folley),ou  três vias dentro do corpo da sonda.( sonda de Owen, para lavagem vesical).
Tipos de Sondas de Demora:
·         Sonda Folley
·         Sonda de Owen
Tempo de Permanência:  7 dias
Numeração:
14 – 16 em mulheres
16 - 20 em homens
Indicações:
·         Facilitar a eliminação vesical.
·         Facilitar a avaliação da quantidade de urina residual.
·         Permitir uma avaliação continua e apurada da diurese.
·         Fornecer uma via para irrigação da bexiga.
·         Realizar o controle indireto da função hemodinâmica e promover a drenagem de paciente com incontinência urinaria.
·         Esvaziar a bexiga para procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos.
·         Controlar sangramentos.
Materiais:
·         Bandeja de cateterismo vesical,
·         Sonda Folley,
·         Bolsa coletora sistema fechado,
·         Antisséptico Tópico,
·         Gel hidrossolúvel/Xilocaína,
·          Luvas esterilizadas(2 pares) e de Procedimento,
·          Ampolas de água destilada,
·         Biombo, Seringa 20 ml,
·         Fita adesiva hipoalergênica ou esparadrapo.

Descrição do Procedimento:
Procedimento
Justificativa
01- Conferir a prescrição médica;
01- Evitar erros;
02- Reunir o material e levar até o paciente;

03- Explicar o procedimento ao paciente;
03- Reduzir ansiedade e propiciar cooperação;
04- Promover a privacidade do paciente;
04-Mostrar respeito pela dignidade do paciente;
05- Higienizar as mãos;
05-Reduzir transmissão de microrganismos
06-Posicionar o paciente:
A. feminino: posição dorsal(supino com joelhos flexionados).
B. masculino: posição supina com as coxas levemente contraídas.
06-Permitir facilidade de acesso e visualização;
07-Calçar luvas de procedimento e realizar a higiene íntima rigorosa com água e sabão (se paciente dependente). Orientar a higienização prévia a pacientes independentes;
07- Prevenir a contaminação por agentes microbianos;
08-Retirar luvas de procedimento e higienizar as mãos;

09- Abrir a bandeja de cateterismo e adicionar os materiais descartáveis (sonda de Folley, seringas, agulhas, gaze estéril e sistema coletor fechado) dentro da técnica asséptica;
09-Manipular material esterilizado sem contaminação;
10- Calçar luvas estéreis
10- Calçar luvas estéreis (2 pares);
11-Adaptar a sonda de Folley ao coletor de urina sistema fechado;
11-Prevenir contaminação do sistema;
12- Colocar gel hidrossolúvel na seringa de 20ml (se paciente masculino) e colocar água destilada em seringa de 10ml;
12- Com auxílio de um colega, colocar gel hidrossolúvel na seringa de 20ml (se paciente masculino) e colocar água
destilada em seringa de 10ml;
13- Testar o cuff (balonete) com a seringa de 10ml com água destilada;
13-Verificar a integridade do balão;
14- Realizar antissepsia do meato uretral:
A. feminino:
(1) com a mão não dominante, retrair os grandes lábios e manter a posição ao longo do procedimento.
(2) usando pinça na mão dominante esterilizada, pegar gazes estéreis saturadas com solução antisséptica e limpar a área do períneo, limpando da frente para trás do clitóris na direção do ânus. Com uma nova gaze para cada área,
limpar ao longo da dobra dos grandes lábios, perto da dobra dos grandes lábios e diretamente sobre o centro do meato uretral.
B. masculino:
(1) recolher o prepúcio com a mão não dominante, segurar o pênis abaixo da glande. Manter a mão não dominante na
posição ao longo do procedimento.

(2) com a mão dominante, pegar uma gaze com a pinça e limpar o pênis. Fazer movimento circular do meato uretral para baixo até a base da glande. Repetir a limpeza três vezes, usando uma gaze limpa a cada vez.
(1) visualização total do meato uretral. Retração total previne a contaminação do meato uretral durante a limpeza.
(2) a limpeza reduz o número de microrganismos no meato uretral.


















(2) a limpeza reduz o número de microrganismos no meato uretral.
15- Retirar o primeiro par de luvas estéril usado na antissepsia;

16- Posicionar o campo fenestrado sobre a genitália;

17- Lubrificar a sonda com xilocaína. No homem, poderá ser injetado o lubrificante diretamente na uretra através de seringa de 20 ml.
17-Reduzir a fricção e a possível irritação quando da inserção da sonda;
18- Introduzir a sonda delicadamente no meato uretral até observar a drenagem de urina. Quando masculino, levantar o pênis na posição perpendicular ao corpo do paciente;
18- O pênis devidamente posicionado facilita a inserção do cateter;
19- Insuflar o balonete com água destilada, observando o volume marcado na sonda;
19-Manter a extremidade distal da sonda no interior da bexiga;
20-Tracionar vagarosamente a sonda e fixar na parte interna da coxa (mulher) e área suprapúbica (homem);
20- Evitar possível tensão no trígono urogenital (mulher) e tensão uretral na junção penescrotal (homem);
21- Não se esquecer de reposicionar o prepúcio e remover o excesso de antisséptico da área meatal;
21-O reposicionamento evita constrição do prepúcio atrás
da glande do pênis – parafimose. A remoção do excesso de antisséptico impede a irritação do tecido pelo contato prolongado com o antisséptico;
22- Prender o coletor na parte inferior da cama após colocar a data, hora e nome do funcionário;
22-Evitar refluxo de urina da bolsa para a bexiga;
22-Evitar refluxo de urina da bolsa para a bexiga;
23-Manter conforto e segurança;.
24- Encaminhar o material utilizado ao expurgo;

25- Retirar luvas e higienizar as mãos;
25-Reduzir transmissão de microrganismos;
26- Checar o procedimento;
26-Informar que a ação foi realizada;
27- Realizar as anotações de enfermagem no prontuário.
27-Documentar o cuidado e subsidiar o tratamento;
Artigos 71 e 72 do Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem (Responsabilidades e Deveres).

Observações Importantes:
·         Em pacientes acamados, com sonda vesical, deve-se fazer higiene íntima após cada evacuação.
·         Em alguns casos de retenção urinária pode ser colocada bolsa de água morna ou compressas na região suprapúbica.
·         Observar e anotar o volume urinário, cor e o aspecto.
·         Desinsuflar o balão na retirada da sonda vesical, observar e anotar a primeira micção espontânea.
·         O sistema de drenagem deve ser obrigatoriamente “fechado” e trocado toda a vez que for manipulado inadequadamente.
·         Não abrir o sistema de drenagem, para realizar coleta de exames.
·         Realizar higiene perineal com água e sabão, e do meato uretral, pelo menos 2X ao dia.
Referências:
ATKINSON, Leslie D.; MURRAY, Mary Ellen. Fundamentos de enfermagem: introdução ao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008

CARMAGNANI, Maria I. S. et al. Procedimentos de enfermagem: guia prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.


Claudia Cristine de Souza Gonçalves; Fabiano Rodrigues do Santos; Madalena Monterisi Nunes; Paola Carbone. Enfermagem - Técnicas e Procedimentos: 1ª Edição, Editora Rideel