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terça-feira, 20 de junho de 2017

GLICOGENOSES

CONCEITO:
As glicogenoses, também chamadas dextroses ou doenças do armazenamento de glicogênio, são enfermidades secundárias a um erro no metabolismo, o qual resulta em concentrações alteradas de glicogênio no organismo, principalmente no fígado e nos músculos.
Existem mais de 12 diferentes tipos, dependendo do defeito enzimático encontrado levando em consideração os principais tecidos afetados. A condição foi primeiramente constatada por Von Gierke em 1929 e, por isso, uma das formas dessa deficiência foi denominada de Doença de Von Gierke.
CLASSIFICAÇÃO
Resultado de imagem para classificação da glicogenoses

ETIOLOGIA:
As glicogenoses podem ser genéticas (herança autossômica recessiva) ou adquiridas.
·    As de causas genéticas devem-se a um erro congênito do metabolismo em virtude da ausência ou deficiência enzimática envolvida na síntese ou degradação do glicogênio.
·        As adquiridas são causadas por intoxicação com o alcaloide castanospermina.
FISIOLOGIA:
O glicogênio é a forma através da qual o organismo armazena a glicose. Ele está presente em todas as células animais, sendo mais abundante no fígado e nos músculos. A glicose ingerida chega ao fígado pela veia porta. Quando há necessidade de uso da glicose, ocorre uma “quebra” do glicogênio por meio de processo enzimático ocorrendo então liberação dela para a circulação sanguínea. Dessa forma, o fígado proporciona a liberação de glicose para vários órgãos, incluindo o cérebro.
Quando o glicogênio não consegue ser “quebrado” devido à deficiência de algumas das enzimas envolvidas, este se acumula no órgão e o organismo sofre as consequências desse excesso e da falta de glicose. Existem onze doenças distintas de armazenamento de glicogênio. A deficiência da síntese de glicogênio, embora não resulte no armazenamento de glicogênio, é frequentemente classificada como glicogenose tipo 0, porque pode causar problemas semelhantes.
PRINCIPAIS SINTOMAS:
As deficiências enzimáticas resultam em maior concentração do glicogênio em diversos tecidos do organismo. As glicogenoses são classificadas em dez tipos diferentes, nomeadas de acordo com o defeito enzimático específico de cada uma e os órgãos afetados.
A glicogenose tipo I representa cerca de 25% do total das glicogenoses e é caracterizada pela deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, responsável pela reação final do processo de glicogenólise e gliconeogênese. Portanto, os indivíduos com esta doença são incapazes de converter a glicose-6-fosfato em glicose livre para a circulação sanguínea, resultando no acúmulo excessivo de glicogênio no fígado, rins e mucosa intestinal.
A diferenciação clínica entre as glicogenoses às vezes é difícil, mas o tipo I é tomado aqui como exemplo por ser o mais grave e o de início mais precoce. A hipoglicemia, convulsão, hepatomegalia, cetose e acidemia láctica já podem estar presentes desde o período neonatal ou aparecerem após alguns meses de vida. O fígado tem consistência habitual, superfície lisa, mas pode atingir a fossa ilíaca direita e esquerda.
Alguns sintomas, são: fácies de boneca, sangramentos nasais frequentes, diarreia intermitente, retardo de crescimento, adiposidade exagerada e musculatura diminuída. Com algum tempo de evolução da doença, pode-se encontrar: xantomas, alteração da retina, pancreatite, cálculo na vesícula biliar, hipertensão pulmonar devido à produção anômala de aminas vasoativas como serotonina e doença renal crônica com nefromegalia e hipercalciúria.
O adenoma hepático geralmente ocorre durante ou após a puberdade, mas pode se desenvolver em qualquer idade e se transformar em hepatocarcinoma após muitos anos.
DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico deve partir dos sintomas, mas como a glicogenose pode simular um quadro respiratório, a gasometria arterial ou venosa e a ausculta pulmonar são indispensáveis. A medida da glicemia e a constatação de hepatomegalia auxiliam no diagnóstico. Para complementar o diagnóstico, associa-se o quadro clínico a testes de tolerância oral à glicose e lactato, em jejum e após dieta rica em carboidrato.
O lactato é muito alto em jejum e diminui após a administração de glicose na dieta. Esses pacientes também apresentam triglicérides, colesterol, ureia e transaminases discretamente elevadas no sangue. A biópsia hepática com dosagem da atividade enzimática e a análise molecular tornam o diagnóstico definitivo.
TRATAMENTO:
Para se manterem equilibradas, as crianças com glicogenose dependem de fonte exógena de glicose. Por isso, quando submetidos a um jejum prolongado, como no caso de procedimentos cirúrgicos, por exemplo, devem receber infusão endovenosa de glicose. A terapia nutricional deve ser constituída por alimentação sem açúcares de rápida absorção e com produtos ricos em amido. A utilização de infusão intragástrica contínua durante a noite geralmente é necessária na fase inicial até a adaptação à dieta.
A ingestão de alimentos deve ser fracionada em 5 a 6 refeições durante o dia. Alguns autores aconselham que o aleitamento materno seja feito a cada 3 horas, junto com a suplementação de glicose diluída em água. A introdução de outros alimentos pode ter início entre 4 e 6 meses de idade, devendo ser dada prioridade aos alimentos ricos em amido. A dieta com alto teor de proteína não é aconselhada.
Alimentos e medicações com galactose e frutose devem ser evitados e utilizadas fórmulas alimentares infantis sem lactose. A suplementação de vitaminas e sais minerais, principalmente de cálcio, pode ser necessária devido à limitada ingestão de leite e frutas. A hiperuricemia necessita de medicações específicas.

Um transplante renal pode ser necessário, no caso de evolução para a insuficiência renal crônica. O transplante hepático é recomendado para crianças com importante déficit de estatura, as que não responderam ao tratamento dietético ou quando existe adenoma hepático, devido à possibilidade da transformação maligna.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, Cristina T.; CARVALHO, Elisa de; SILVA, Luciana R. Glicogenoses. In: FAGUNDES, Eleonora D. T.; FERREIRA, Alexandre R.; ROQUETE, Mariza L. V. Gastroenterologia e hepatologia em pediatria: diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: MEDSI EDITORA MÉDICA E CIENTÍFICA LTDA, 2003. cap. 49, p. 645-657.

FERREIRA, Cristina T.; CARVALHO, Elisa de; SILVA, Luciana R. Outras doenças metabólicas do fígado. In: BEZERRA, Jorge A. Gastroenterologia e hepatologia em pediatria: diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: MEDSI EDITORA MÉDICA E CIENTÍFICA LTDA, 2003. cap. 50, p. 660-663.

SCRIVER, Charles R. et al. Glycogen Storage Diseases In: CHEN, Yuan-Tsong; BURCHELL, Ann; The metabolic and molecular bases of inherited disease. New York: THE MCGRAW-HILL COMPANIES, INC, 1995. cap. 24, p. 935-965. 7ed. Volume 1.

BRAUNWALD, Eugene et al. Doenças de depósito de glicogênio e outros distúrbios hereditários do metabolismo dos carboidratos. In: CHEN, Yuan-Tsong. Harrison: medicina interna. Rio de Janeiro: MCGRAW-HILL INTERAMERICANA DO BRASIL LTDA, 2001. cap.350, p. 2426-2433. 15 ed. Volume 2.


segunda-feira, 29 de maio de 2017

ANEMIA FALCIFORME

A Anemia Falciforme é uma doença genética e hereditária, causada por anormalidade de hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue. Esses glóbulos vermelhos perdem a forma discoide, enrijecem-se e deformam-se, tomando a formato de “foice”.

TRAÇO FALCIFORME:
A Anemia Falciforme não deve ser confundida com o traço falciforme. Traço falciforme significa que a pessoa é tão somente portadora da doença, com vida social normal.

QUADRO CLÍNICO DA ANEMIA FALCIFORME

  • Crises dolorosas: dor em ossos, músculos e juntas associadas ou não a infecções, exposições ao frio, esforços etc.; 
  • Palidez, cansaço fácil, icterícia (cor amarelada, visível principalmente no branco do olho); 
  • Úlceras (feridas) nas pernas nas crianças pode haver inchaço muito doloroso nas mãos e nos pés; 
  • Pode haver também sequestro do sangue no baço causando palidez muito grande, às vezes desmaio e esplenomegalia (é uma emergência) e morte. 
  • Maior tendência a infecções.

TRATAMENTO

  • Medicação para dor,
  • Antibióticos,
  • Aumento da oferta de líquidos,
  • Transfusão sanguínea,
  • Repouso no leito e Cirurgia

ACONSELHAMENTO GENÉTICO
Pessoas que apresentam risco de gerar filhos com hemoglobinopatias graves têm o direito de ser informadas, através do aconselhamento genético, a respeito de todas as implicações dessas doenças.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

  • Incentivar ingestão de alimentos ricos em vitaminas e minerais 3 vezes ao dia.
  • Proporcionar ambiente adequado a uma melhor aceitação da dieta. 
  • Informar o paciente da importância da alimentação para a recuperação da sua saúde.
  • Envolver a família na orientação de um plano dietético para o pós-alta.

OSTEOMIELITE

CONCEITO
É uma infecção piogênica grave do osso e dos tecidos circunvizinhos que exige tratamento imediato. Geralmente, apresenta 3 vias:
  • ·   Corrente sanguínea (disseminação hematogênica);
  •     Infecção dos tecidos moles adjacentes;
  • ·   Introdução direta do microrganismos no osso.

ETIOLOGIA
A osteomielite é uma infecção causada por bactérias, fungos ou vírus, que podem chegar aos ossos principalmente por uma dessas três vias:
  • Circulação sanguínea: uma infecção pré-existente que se espalha pelo corpo através do sangue.
  • Invasão direta: fraturas expostas, cirurgias, implantes ou próteses.
  •  Infecções dos tecidos moles adjacente (trauma, cirurgia ou foco infeccioso junto ao osso).
FISIOPATOLOGIA 
·          Os microrganismos se alojam e multiplicam-se nos ossos.
·    A pressão aumenta, à medida que o pus se coleta no osso rígido confinado, contribuindo para a isquemia, oclusão vascular e levando à necrose óssea;
·         A osteomielite hematogênica é o método mais comum nos pré-adolescentes;

QUADRO CLÍNICO
  • ·         Febre
  • ·         Calafrios
  • ·         Irritabilidade ou letargia (principalmente em crianças pequenas)
  • ·         Dor na área da infecção
  • ·         Edema, calor e rubor sobre a área da infecção.

DIAGNÓSTICO
  • ·         Baseado nos sinais clínicos;
  • ·         Exames laboratoriais – PCR / VHS / HC;
  • ·         Culturas aeróbicas e anaeróbicas;
  • ·         Raio-X > 3 a 4 semanas para aparecer.
  • ·         Cintilografia óssea;
  • ·         Ressonância Magnética.

TRATAMENTO
  • ·         Repouso absoluto;
  • ·         Antibioticoterapia, anti-inflamatórios, analgésicos;
  • ·         Tração esquelética (em alguns casos);
  • ·         Cuidados com a pele;
  • ·         Cirurgias.

COMPLICAÇÕES
  • ·         Lesão que não cicatriza;
  • ·         Sepse;
  • ·         Imobilidade;
  • ·         Amputação.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
  • ·         Alívio da dor (Analgésicos opioides e não opioides > em horário determinado)
  • ·         Aumentando o conhecimento;
  • ·         Promovendo o repouso sem complicações;
  • ·         Educação e manutenção da saúde.


segunda-feira, 2 de maio de 2016

TÉCNICA DE ESCOVAÇÃO E PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA



A paramentação da equipe cirúrgica exige a realização de procedimentos específicos, executados em passos padronizados e com observação rigorosas dos princípios científicos. Estes procedimentos são: degermação das mãos, vestir avental e roupa esterilizados, e calçar luvas esterilizadas.


     Degermação das mãos e antebraços

     Este procedimento se justifica por que a pele, normalmente, é habitada por duas populações bacterianas, ou seja, a flora residente e a transitória.

       a) Flora residente: é constituída pro microrganismos capazes de sobreviverem e se multiplicarem na superfície cutânea e folículos pilosos, sendo portanto de difícil remoção. Os estafilococos coagulase negativa, corynebactéria (difteróides e corniformes), acinelobactéria e outros são microrganismos comumente encontrados na flora residente.

b) Flora transitória: também conhecida como flora de contaminação, é composta por microrganismos diversos e de virulência variadas. Estes microrganismos nem sempre estão presentes na superfície da pele da maioria das pessoas e são removidos mais facilmente., algumas bactérias Gram-negativas (como, por exemplo, E. coli) têm condições mínimas de sobrevivência sobre a pele.


       A degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica deve promover a eliminação da flora transitória e redução da flora residente e, ainda, o retardamento da recolonização da flora residente pelo efeito residual. Sabe-se que, após a realização de tal procedimento, estes microrganismos multiplicam-se.


Técnica de Escovação Cirúrgica das Mãos

  Indicada para preparo das mãos e antebraços antes de qualquer procedimento cirúrgico.

Soluções antissépticas com detergentes recomendados
• Solução detergente de PVP-I a 10% (1% de iodo ativo)
• Solução detergente de clorexidina a 2% ou 4% (alternativa para pessoas alérgicas ao PVPI).

Materiais e equipamentos necessários
• Pias com pedal ou torneira acionada por pé ou cotovelo
• Água
• Escova esterilizada
• Solução antisséptica em dispensadores
• Toalha ou compressa esterilizada

PROCEDIMENTO:

A remoção mecânica dos detritos pode ser realizada por escovação ou fricção:

ü  as escovas devem ser macias e descartáveis ou convenientemente esterilizadas, e de uso individual;
ü  molhar as mãos e antebraços com água corrente. A torneira deve ser acionada por pé ou cotovelo, e não manualmente;
ü  aplicar a solução antisséptica sobre a palma da mão, espalhar com movimentos de fricção ou escovação, iniciando pelas extremidades dos dedos, com especial atenção sobre os leitos subungueais e espaços interdigitais. O processo deve continuar pelas faces das mãos e antebraços;
ü  o processo todo deve durar rigorosamente cinco minutos para a primeira cirurgia e três minutos entre dois procedimentos;
ü  enxaguar em água corrente a partir das mãos par ao cotovelo. A torneira deve ser fechada com o cotovelo ou por outro profissional, mas não com as mãos;
ü   durante todo o processo, as mãos devem estar sempre acima do nível dos cotovelos;

ü  enxugar com compressa esterilizada, obedecendo à direção das mãos para os cotovelos, com movimentos compressivos e não de esfregão.



Paramentação cirúrgica e EPI
A paramentação corresponde à troca das vestes rotineiras por vestimentas adequadas antes do
ato cirúrgico.

Indicação: todas as pessoas envolvidas no trabalho do centro cirúrgico, principalmente dentro
das salas de operação, devem usar roupas apropriadas.

A importância da paramentação é proteger a área a ser operada da flora liberada pela equipe
cirúrgica e esta da exposição às secreções dos pacientes. A troca de roupa (pelo pijama
cirúrgico, gorro e propés) deverá ser feita no vestiário, que corresponde à zona de proteção do
Centro Cirúrgico, sendo seguida da colocação do avental e das luvas estéreis após a escovação
das mãos e entrada na sala cirúrgica, propriamente dita.

• Uniforme privativo
O uso de uniforme privativo feito de tecido com porosidade de 7 a 10 micra e o fechamento das
calças nos tornozelos pode reduzir a dispersão de bactérias. Tal uniforme nunca deve ser usado
fora da área do Centro Cirúrgico.

• Aventais cirúrgicos
Os aventais convencionais devem ser confeccionados em material resistente à penetração de
líquidos e microrganismos e ao desgaste e à deformação. Devem possuir uma única camada de
tecido, geralmente algodão ou brim. Os aventais devem se confeccionados em tamanhos
adequados, garantindo o fechamento completo, conforto e total cobertura a partir do pescoço e
membros. Na altura dos punhos, devem possuir tramas resistentes ao desgaste. Periodicamente
devem ser inspecionados à integridade e durabilidade. Aventais impermeáveis descartáveis
representam outra opção.
A colocação do avental deve ser feita de maneira cuidadosa a fim de evitar a contaminação do
mesmo. Este deve ser segurado com ambas as mãos, as quais serão introduzidas
simultaneamente através das mangas. A porção posterior do avental é, então, tracionada.

• Máscara cirúrgica
O uso correto da máscara cirúrgica evita ou reduz a eliminação de microrganismos no ambiente
e protege o profissional contra respingos de secreções oriundas do paciente. Apresentam vida
útil de 2 horas. Deve ser usada por todos na sala de operação e cobrir boca e nariz e estar junto
a face. São preferíveis as máscaras com dupla gaze de algodão ou de polipropileno ou poliéster.

Paramentação com roupas estéreis
As roupas estéreis são utilizadas para prevenir a contaminação do campo operatório mediante
contato direto do corpo do cirurgião com o do paciente. Todas as pessoas que entram em
campo operatório, bem como aquelas que manipulam os materiais e instrumentais estéreis
como é o caso do instrumentador cirúrgico devem usar aventais e luvas estéreis 

Passo a Passo

1- Após a escovação das mãos secá-las na compressa esterelizada. Deve-se utilizar um lado da
compressa para cada antebraço.
2- Segurar o capote esterelizado pelas dobraduras da gola e deixa que o restante dele se desdobre
e fique esticado. Pela face interna introduza em um único movimento, ambas as mãos e antebraço
pelas mangas do capote.
3- O circulante da sala, pela face interna do capote, ajusta-o e o amarra na seqüencia os cadarços
da gola e da cintura.
4- Calçar as luvas cirúrgicas
Observações:
  •      As luvas cirúrgicas, são a únicas adequadas para os procedimentos cirúrgicos, devendo obrigatoriamente ser estéreis, idealmente devem cobrir mãos e dedos, estendendo-se por sobre os punhos dos aventais, onde ficam aderidas devido à pressão elástica do punho da própria luva. 

  •      Gorros, máscaras, aventais, calças, jalecos e propés devem ser retirados imediatamente quando molhados ou sujos. Os aventais, os propés e as luvas cirúrgicas devem ser tirados ainda na sala cirúrgica.






LEIA:




REFERÊNCIAS

1- Centro Cirúrgico e os Cuidados de Enfermagem- 
Nívea Cristina Moreira Santos- 
Editora Iatria

2- Centro Cirúrgico: Planejamento, Organização e Gestão- 
João Francisco Possari- 

Editora Érica


terça-feira, 26 de abril de 2016

SÍNDROME DE BARTTER

A Síndrome de Bartter é uma doença rara que afeta os rins e provoca a perda de potássio(hipopotassemia), sódio e cloro pela urina. Esta doença diminui a concentração de cálcio no sangue e aumenta a produção de aldosterona e renina, hormônios envolvidos no controle da pressão arterial.

FATOR PREDISPONENTE
É uma doença hereditária atingindo os indivíduos desde a infância, sendo causada por um gene recessivo. Portanto, um indivíduo com o distúrbio herdou dois genes recessivos, um de cada genitor. Afeta 1 indivíduo em cada 830.000 no mundo.

HISTÓRICO/ FISIOPATOLOGIA
Esta síndrome foi descrita pela primeira vez no ano de 1962, pelo endocrinologista americano Frederic Bartter, que pesquisando sobre a aldosterona (hormônio esteroide regulador de sódio e potássio) chegou a uma tese sobre a existência da síndrome por causa do caso inexplicável de um paciente.
A etiologia desse problema ainda não foi completamente elucidada. O que se conhece, é que esta síndrome consiste em distúrbio genético, hereditário, acometendo igualmente ambos os sexos e sem predileção por etnias, resultante de um tipo de herança autossômica recessiva altamente observada na progênie de pais da mesma família, que causa uma mutação do canal de cloro, na alça de Henle, com consequente desregularão dos outros eletrólitos.
Por haver uma alteração genética, há um funcionamento anormal das células renais, levando a uma redução no transporte dos eletrólitos para reabsorção, em especial, do potássio, do cloro e do sódio, o que resulta em uma hipocalcemia com consequente elevação de renina e aldosterona sanguíneos.
A Síndrome de Bartter não tem cura, porém se diagnosticada cedo, pode ser controlada através de medicação e suplementos minerais.

TIPOS
Hoje já se sabe que, de acordo com a expressão fenotípica predominante e o defeito genético, esta perturbação pode ser dividida em duas categorias:
Síndrome de Bartter neonatal (SBN)
Síndrome de Bartter clássica (SBC)
A básica diferença entre a SBN e a SBC é a cadeia do gene afetada e o período em que a doença se manifesta.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A. Síndrome de Bartter neonatal (SBN)
desnutrição e desidratação que levam a um intenso retardo no crescimento;
poliúria;
hiperreninemia( aumento na concentração de renina);
parto prematuro; perda urinária de sódio e cloro, seguida pela perda de potássio;
hipercalcinúria e hiperaldosteronismo;
elevados níveis de prostaglandina renal.

B. Síndrome de Bartter clássica (SBC)
retardo do crescimento;
hipercalcinúria;
polidipsia
elevada taxa de excreção de prostaglandina;
febre e desidratação causada pela poliúria;
vômitos e diarreia tornando mais grave o desequilíbrio eletrolítico;
severa hipercalciúria;
nefrocalcinose;
osteopenia.
Pacientes com síndrome de Bartter clássica pode ter sintomas nos primeiros dois anos de vida, mas eles geralmente são diagnosticados em idade escolar ou mais tarde.

Os pacientes com Síndrome de Bartter apresentam baixos níveis de potássio, cloro, sódio,cálcio e água  no sangue. O organismo tenta compensar essa situação produzindo mais aldosterona e renina. Esses hormônios reduzem a concentração de potássio no sangue,porém não têm alterações nos níveis da pressão arterial. Alguns indivíduos podem apresentar características físicas sugestivas da doença, como:
face triangular,
testa mais saliente,
olhos grandes e orelhas voltadas para frente.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito com base na sintomatologia, juntamente com exames de sangue que evidenciam níveis irregulares de eletrólitos e hormônios.

TRATAMENTO
Muitas das consequências da síndrome de Bartter podem ser prevenidas se o paciente tomar suplementos orais de potássio e um medicamento que reduza a excreção de potássio na urina como, por exemplo:
espironolactona (a qual também bloqueia a ação da aldosterona)
triantereno
amilorida
propranolol
anti-inflamatórios não esteroides como indometacina, que devem ser tomados até ao final do crescimento para possibilitar um desenvolvimento normal do indivíduo.
É necessário que o indivíduo ingira quantidades adequadas de líquidos para compensar a perda líquida excessiva.
Os pacientes devem fazer exames de urina, de sangue e ultrassom dos rins. Isso serve para vigiar o funcionamento dos rins e do trato gastrointestinal, prevenindo os efeitos do tratamento nestes órgãos.

REFERÊNCIAS                  
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E.. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002. p.471-509

Bartter FC, Pronove P, Gill JR Jr, MacArdle RC. Am J Med Hyperplasia of the
juxtaglomerular complex with hyperaldosteronism and hypokalemic alkalosis: A new
syndrome. 1962;33:811-28.

Cartas ao Editor. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 79, n. 5, out. 2003 .  Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-
75572003000500017&lng=pt&nrm=iso>. acessos em16 jul. 2009. doi: 10.1590/S0021-
75572003000500017

Amin, Adalto Barros; Cerqueira, Alexandre Tavares e Casella, Roberta Granato. J Bras
Nefrol 2002;24(4); 194-8 sindrome de bartter neonatal com acidose metabolica: relato
de caso neonatal bartter s sindrome with metabolic acidosis: case report. Setor de
Nefrologia Pediatrica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz
de Fora, MG, Brasil.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA – PICC/CCIP

FINALIDADE:
Acesso venoso central utilizando-se um dispositivo com tempo de permanência prolongado e que apresenta técnica de inserção periférica. Apresenta menor risco de complicações quando comparados a outros dispositivos endovenosos centrais e minimiza o estresse do paciente e familiar, evitando as variadas punções venosas que diariamente são realizadas, proporcionando uma assistência mais humanizada.

INDICAÇÃO
· Obter e manter o acesso venoso profundo por tempo prolongado.
· Administração de medicamentos irritantes e vesicantes;
· Administração de soluções hiperosmolares (nutrição parenteral total, solução glicosada em concentração maior que 12,5%, aminas vasoativas).

CONTRAINDICAÇÃO
· Incapacidade de identificar veia de calibre adequado, que impossibilite a inserção do introdutor;
· Inserção em membro que apresente sinais de punções múltiplas com formação de hematomas, trombos, equimoses;
· Infecção ou escoriação dérmica próxima ao local de escolha para inserção do dispositivo;
· Alterações anatômicas (estruturais ou venosas) aparentes ou confirmadas, que possam tornar o procedimento impossível de se realizar ou de risco;
· Inserção em membros com problemas ortopédicos;
· Bebês que apresentem plaquetopenia, com valores abaixo de 80.000;
· Resposta negativa da veia com reações ao cateter;
· Recém-nascidos que estiverem em instabilidade hemodinâmica;
· Necessidade de inserção do cateter em caráter de emergência para aqueles que necessitem de medidas imediatas para manutenção da vida;
· Necessidade de utilizar a veia para outra proposta como a infusão de hemoderivados;
· Administrar grandes volumes “em bolus”.

RESPONSABILIDADE:
Enfermeiro com devida certificação para  inserção de PICC (Resolução COFEN nº 258/2001).

RISCOS/PONTOS CRÍTICOS:
· Hematoma, hemorragia, mau posicionamento do cateter, arritmia cardíaca, embolia pelo cateter, encefalopatia anóxica, migração do cateter;
· Risco de exteriorização, ruptura, obstrução e infecção associada ao cateter devido a manipulação / técnica inadequada
· Não permitir a infusão rápida de fluidos por gravidade;
· Exigência de equipe profissional treinada e habilitada para identificar alterações e intercorrências relacionadas ao mesmo. Isto implica na impossibilidade da continuação do processo quando da necessidade de alta do recém-nato para o alojamento conjunto, permanecendo na unidade de neonatologia até o término da terapia proposta.


MATERIAL:
  • Kit do CCIP percutâneo que pode ser completo ou simples:
  • O conjunto completo inclui o cateter, introdutor, 2 campos impermeáveis (um simples e um fenestrado), compressa de gazes, uma tesoura, uma pinça anatômica, um curativo transparente, tiras adesivas para fixação, garrote, fita métrica, seringa de 5 ml, solução de PVPI aquosa ou clorexidina 2% e álcool à 70%.
  • O kit simples inclui o cateter, o introdutor e a fita métrica. Faz-se necessário o preparo dos materiais a parte;
  • Bandeja estéril para cateterismo umbilical: 01 tesoura reta, 02 backaus, 01 pinça anatômica, 01 pinça adson sem dente e curva, 01 pinça allis, 01 campo fenestrado, 01 campo cirúrgico pequeno e 01 cuba redonda.
  • Campo simples de 90x90;
  • 02 escovas para degermação com solução antisséptica;
  • 02 capotes estéreis; 04 pares de luvas estéreis; gorros, máscaras, óculos; solução salina 0,9%; solução de heparina (0,25 ml para 250 ml de S.F. 0,9%); solução de clorexidina degermante a 4%; solução de clorexidina alcoólica 0,5%; seringa de 10 ml; seringa de 20 ml; agulha 40x12; gazes estéreis; curativo com filme transparente; adesivo transporoso estéril; extensor ou torneira de três vias; gorro, máscara, avental de manga comprida e óculos de proteção.


DESCRIÇÃO DA TÉCNICA
1-PREPARO PARA A INSERÇÃO
Ação de Enfermagem
Justificativa
01-Higienizar as mãos;

01- Reduzir transmissão de microrganismos;

02- Reunir o material e levar para próximo ao paciente;


02- Evitar erros, facilitar a organização e o controle       eficiente do tempo;

03-Explicar o procedimento ao paciente e ao familiar;

03- Estabelecer relação de empatia com o paciente e esclarecer os familiares quanto à indicação, benéficos  e possíveis complicações

04- Avaliar as condições clínicas do paciente;
04- A instabilidade clínica e hemodinâmica do paciente pode contraindicar o procedimento

05- Escolher o acesso venoso;


06-Obter os dados antropométricos específicos para instalação, dentre eles a mensuração externa do CCIP e os perímetros braquial direito, esquerdo e torácico para
os cateteres inseridos em membros superiores e perímetro da coxa direita e esquerda, e quadril para os inseridos em membros inferiores;


07-Para inserção nas veias do membro superior : colocar membro a 90º do tórax, realizar a mensuração da distância entre o possível ponto de punção, seguindo o trajeto da veia, até a junção manúbrio esternal com a
cabeça da clavícula direita, seguir paralelamente ao externo até o terceiro espaço intercostal. Posicionar a cabeça voltada para o lado do membro a ser puncionado,antes de iniciar o procedimento ou solicitar ao profissional que auxilia posicioná-la no momento da  inserção;


08-Para inserção nas veias de membro inferior: colocar o membro estendido, em linha mediana, realizar a mensuração da distância entre o possível ponto de  punção até região inguinal, deste ponto até cicatriz ou
coto umbilical e deste ponto até apêndice xifoide;


09- Para inserção nas veias da cabeça e pescoço: do local de punção, seguindo pela região cervical lateral, até a cabeça da clavícula direita e deste até o 3º espaço  intercostal direito;


10- Para considerar o cateter como central ele deve estar localizado no terço distal da veia cava superior ou da cava inferior ou ainda na veia inonimada;


11-Colocar o bebê em berço aquecido de cuidados  intensivos, monitorado com oxímetro de pulso;


12- Realizar a contenção do corpo do bebê a fim de evitar expor demais e prevenir a hipotermia;


13-Realizar técnicas que minimizem a dor como administração de solução glicosada a 25%, sucção não nutritiva, contenção elástica e até mesmo prescrição  médica de analgésico;


14- Posicionar o filme de Rx sob o recém-nascido;


15- Realizar o aquecimento do membro ou local de punção,caso necessário;


16-Comunicar o setor de radiologia e o médico plantonista sobre a necessidade de se realizar o Rx, imediatamente à solicitação



2- PROCEDIMENTO DE INSERÇÂO DO CATETER
Ação de Enfermagem
Justificativa
01- Reunir o material necessário (retirei conferir prescrição médica)

02- Colocar gorro, máscara e óculos protetores;

03- Realizar a higienização cirúrgica das mãos;

04-Posicionar o paciente em decúbito dorsal , com o membro a ser puncionado exposto,


05-Paramentar-se com capote estéril, luva estéril;

06-Realizar a degermação do sítio de inserção com solução de clorexidina degermante por três minutos, em movimentos circulares centrífugos;

07-Secar a área com gaze estéril;

08-Realizar a antissepsia com solução de clorexidine alcoólica por três vezes(movimentos circulares);

09-Trocar de luva cirúrgica estéril OU, quando utilizando a técnica de dupla luva, remover a luva contaminada;

10-Posicionar os campos simples e fenestrados;

11-Lubrificar o cateter com SF 0,9%, preenchendo todo o lúmem;


12-Medir o comprimento do cateter através de sua graduação de acordo com a mensuração realizada anteriormente do trajeto venoso;

13-Adicionar 1 ou 2 cm ao tamanho e proceder o corte do cateter;

14-Garrotear o membro, se necessário;

15-Posicionar o bisel da agulha do introdutor para cima e executar a punção;

16-Observar o retorno venoso;

17-Retirar a agulha ou o mandril do introdutor, para os introdutores percutâneos;

18-Exercer pressão sobre a veia, logo à frente do introdutor inserido

19-Soltar o garrote;

20-Iniciar a inserção lentamente do CCIP no vaso, através do introdutor, com o auxílio de uma pinça anatômica.       Evitar tocar o cateter com as mãos enluvadas;

21-Avançar o cateter até a medida de comprimento  anteriormente verificado;

22-Se possível realizar o Rx neste momento, posicionando o membro superior paralelo ao tórax e a face do paciente direcionada para frente para facilitar leitura do Rx;

23-Avaliar a localização da ponta; A posição precisa e ideal da ponta do PICC é o terço distal da veia cava superior ou da veia cava inferior.

24-Exercer pressão sobre a veia, logo à frente do introdutor inserido, procurando imobilizar o cateter e retirar o introdutor lentamente;

25-Pressionar a pele no ponto de inserção;

26-Partir o introdutor separando as duas aletas conforme a orientação do fabricante;

27-Testar a permeabilidade do cateter e o retorno sanguíneo;

28-Realizar a limpeza do sítio de inserção com solução salina 0,9%, seguido de clorexidina alcoólica;

29-Enrolar o excedente do cateter exteriorizado;

30-Realizar a fixação do cateter, colocando uma tira adesiva, tipo chevron sobre o disco oval ou dispositivo de fixação;

31- Aguardar realização do RX no leito;


32- Após certificação do inconhamento do cateter, fixá-lo com um curativo de filme transparente;

33-Adaptar o extensor;

34- Iniciar infusão;

35-Retirar a paramentação;

36-Posicionar o paciente e deixá-lo confortável;

37-Higienizar as mãos;

38-Proceder as anotações em prontuário, ficha de protocolo de inserção (em anexo) e livro de registros;

39-Realizar a prescrição de enfermagem dos cuidados de manutenção do cateter.

01- Evitar erros e facilitar a organização e o controle   eficiente do tempo;

02- Prevenir a exposição a riscos biológicos;


03- Reduzir a transmissão de microrganismos;


04- Evitar contaminação. Este item deverá ser realizado pelo profissional que estará auxiliando o enfermeiro no procedimento;

05- Reduzir a transmissão de microrganismos;


















11-Observar integridade do cateter atentando para os sinais de avarias como perfurações na extensão do mesmo;























20- A introdução lenta evita danos ao vaso e o talco poderá desencadear flebite química;






22- Verificar o posicionamento da ponta do cateter




23- Esta localização permite os movimentos
normais do braço do paciente , sem o risco de que o cateter penetre no átrio direito ou se retraia para veia jugular.






25- Evitar migração do cateter e conter o sangramento local;










29- Evitar tração acidental do cateter.


30- Fixar o cateter evitando a tração acidental do cateter.


31- Avaliar o posicionamento do cateter e a necessidade de tracionamento do mesmo














37-Reduzir a transmissão de microrganismos

38-Documentar o cuidado e subsidiar o tratamento. Artigos 71 e 72 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem



3-MANUTENÇÃO DO CATETER:
 Não há tempo especificado para permanência do cateter. Toda a equipe deve ser capacitada e orientada quanto ao manuseio e cuidados com o mesmo, solicitando a reportar-se ao enfermeiro quando observado qualquer anormalidade.


Ação de enfermagem
Justificativa
A manutenção da permeabilidade do cateter é realizada a cada 8 horas:

01- Proceder a lavagem (flush) com solução salina 0,9% em volume 3 vezes o priming (volume interno) do cateter(ver orientação do fabricante) padroniza-se na Unidade  a lavagem com 1 ml de  S.F. 0,9% a cada 8 horas



02- Para os cateteres que não estiverem com infusão contínua de heparina, proceder o flush a cada  6 horas


03- Aferir e registrar a circunferência do membro 5 cm acima do local da punção;

03- Um aumento nestes valores, quando comparados às medidas entre o membro e o seu contra lateral ou em relação às medidas anteriores, indicará a suspeita de trombose ou extravasamento. Neste caso, o médico deverá ser comunicado. Pode ser feita a cada 5 dias ou quando da suspeita da ocorrência.

04- O primeiro curativo deverá ser realizado com 24 horas após a inserção e os seguintes a cada 7 dias ou de acordo com a necessidade/protocolo, utilizando o curativo transparente.


05- Comunicar ao Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) da regional a suspeita de infecção relacionada ao cateter – sinais de infecção e febre sem outro foco que possa ser identificado pela equipe da unidade.


06- Realizar raio X periódico para controle da localização do cateter a cada 5 dias.




4-MANIPULAÇÃO DO CATETER:
A manipulação adequada, seguida de rigor asséptico é fundamental para o sucesso na utilização do dispositivo.
Ação de enfermagem
Justificativa
01- Lavar as mãos com solução degermante antes e  após manusear o cateter e conexões;

02- Ao manusear o cateter friccionar álcool a 70% nas  tampas rosqueadas e conexões;

03- Inspecionar diariamente o local de inserção e o trajeto da veia;

04- Observar a fixação, sangramento, edema e hiperemia local;

05- Proceder a troca do set de infusão e outros dispositivos  acoplados ao sistema não mais que 72 horas, exceto se suspeita de bacteremia relacionada ao cateter;

06- Identificar a data da troca dos dispositivos;

07- Evitar a ocorrência de obstrução do cateter, procurando manter a bomba em infusão e  atentando para entrada de ar no sistema;

08- Não fixar esparadrapo em torno do corpo do cateter;

09- Lavar o cateter com 1 ml de S.F. 0,9% a cada 8  horas:

10- Lavar o cateter com 1 ml de S.F. 0,9% antes e após a infusão de soluções, etapas de soroterapia e  medicamentos;

11- Não tracionar o cateter e não permitir que isto ocorra;

12- A bomba de infusão não deve ficar parada e nem alarmando pelo risco de obstrução;

13- Não coletar sangue arterial no membro em que estiver o cateter;

14- Não coletar amostras de sangue pelo cateter;

15- Não infundir sangue e derivados através do cateter;

16- Não usar de força para injetar qualquer solução;

17- Não utilizar seringas com volume inferior a 10 ml;


01- Reduzir a transmissão de microrganismos





03- Observar sinais de infecção (dor, rubor,
      enduração, calor, secreção);













































17- Seringa de volume inferior a 10 ml podem comprometer a integridade do cateter, gerando pressões capazes de rompê-lo;

RECOMENDAÇÕES:
· Estar atento para a ocorrência de arritmias durante o procedimento. O profissional que auxilia pode atentar para as condições clínicas do paciente;
· Não é recomendado o início de administração de drogas antes da confirmação da localização da ponta do cateter pelo Rx.
· A posição precisa e ideal da ponta do PICC é o terço distal da veia cava superior ou da veia cava inferior. Esta localização permite os movimentos normais do braço do paciente, sem o risco de que o cateter penetre no átrio direito ou se retraia para veia jugular.
· Considera-se que um cateter está a nível central quando a sua ponta está dentro dos limites do tórax, entretanto devem ser avaliados os casos de administração de drogas irritantes, hiperosmolares e vesicantes nas junções áxilo-subclávia devido aos problemas que podem causar à túnica íntima da veia nesta área.
· Atentar para o posicionamento do paciente durante a realização do Rx, mantendo o membro superior paralelo ao tórax e a face do paciente direcionada para frente.

ASSISTA:
https://www.youtube.com/watch?v=P4H4PF2rTwc

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REFERÊNCIAS:

· 1.BRASÍLIA. Secretaria de Estado de Saúde. Unidade de Neonatologia do Hospital Regional de Planaltina. Protocolo para inserção, manuseio, manutenção do CCIP-catéter central de inserção periférica. Brasília, 2008. 32 p.