CATETERISMO VESICAL
Conceito/Finalidades:
É a introdução de um cateter ou sonda estéril
através da uretra até a bexiga, com fim de diagnóstico ou tratamento.
Indicações Gerais:
·
Drenagem vesical por obstrução crônica,
·
Disfunção vesical (bexiga neurogênica),
·
Drenagem vesical após cirurgias urológicas e
pélvicas,
·
Medida de diurese em pacientes graves,
·
Assegurar a higiene perineal e o conforto de pacientes
incontinentes de urina e comatosos.
Contraindicação:
·
Obstrução mecânica do canal uretral,
·
Infecção
do trato urinário baixo.
Responsabilidade:
·
Enfermeiro
Tipos de Cateterismo
Vesical:
1.
Cateterismo Vesical de Alívio
2.
Cateterismo Vesical Intermitente
3.
Cateterismo Vesical de Demora
Complicações:
·
Infecção
urinaria: mas comum causada principalmente pelo uso incorreto da técnica
asséptica.
·
Hemorragia:
pode ser causada pela utilização de uma sonda de calibre inadequado ao tamanho
da uretra, passagem incorreta, existência de patologias previa.
·
Formação
de cálculos na bexiga: devido longa permanência da sonda.
·
Bexiga
neurogênica: nos pacientes com permanência prolongada da sonda.
·
Trauma
tissular: devido a aplicação de força durante a passagem, utilização de
sonda muito calibrosa.
Cateterismo vesical de Alívio
Um cateter reto (sonda
de nelaton), e de uso único é introduzido por um período suficiente para
drenar a bexiga. Quando a bexiga estiver vazia o cateter deve ser retirado
imediatamente. Este tipo de cateterismo pode ser repetido quando necessário,
porém, o uso repetido aumenta os riscos de trauma e infecção.
Indicações:
·
Alívio para retenção urinária;
·
Obtenção de urina estéril;
·
Avaliação de urina residual depois da micção;
Cateterismo Vesical intermitente
É aquele realizado e utilizado em horários
pré-estabelecidos. Ex: de 6/6h, nos casos de bexiga neurogênica, etc....
Cateterismo
Vesical de Demora
Uma sonda de demora ou folley permanece no local por um
período prolongado. Possui um balão insuflável com água que envolve a sonda
exatamente abaixo da extremidade, quando insuflado, o balão repousa contra a
saída da bexiga, fixando a sonda na posição.
A sonda de retenção ou de demora pode possuir duas vias(
sonda de Folley),ou três vias dentro
do corpo da sonda.( sonda de Owen, para
lavagem vesical).
Tipos de Sondas de Demora:
·
Sonda Folley
·
Sonda de Owen
Tempo de Permanência:
7 dias
Numeração:
14 – 16 em mulheres
16 - 20 em homens
Indicações:
·
Facilitar a eliminação vesical.
·
Facilitar a avaliação da quantidade de urina
residual.
·
Permitir uma avaliação continua e apurada da
diurese.
·
Fornecer uma via para irrigação da bexiga.
·
Realizar o controle indireto da função
hemodinâmica e promover a drenagem de paciente com incontinência urinaria.
·
Esvaziar a bexiga para procedimentos cirúrgicos
ou diagnósticos.
·
Controlar sangramentos.
Materiais:
·
Bandeja de cateterismo vesical,
·
Sonda Folley,
·
Bolsa coletora sistema fechado,
·
Antisséptico Tópico,
·
Gel hidrossolúvel/Xilocaína,
·
Luvas
esterilizadas(2 pares) e de Procedimento,
·
Ampolas
de água destilada,
·
Biombo, Seringa 20 ml,
·
Fita adesiva hipoalergênica ou esparadrapo.
Descrição
do Procedimento:
Procedimento
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Justificativa
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01- Conferir a prescrição médica;
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01- Evitar erros;
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02- Reunir o material e levar até o
paciente;
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03- Explicar o procedimento ao
paciente;
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03- Reduzir ansiedade e propiciar
cooperação;
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04- Promover a privacidade do
paciente;
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04-Mostrar respeito pela dignidade
do paciente;
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05- Higienizar as mãos;
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05-Reduzir transmissão de
microrganismos
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06-Posicionar
o paciente:
A. feminino: posição dorsal(supino
com joelhos flexionados).
B. masculino: posição supina com as coxas levemente contraídas.
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06-Permitir facilidade de acesso e
visualização;
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07-Calçar
luvas de procedimento e realizar a higiene íntima rigorosa com água e sabão
(se paciente dependente). Orientar a higienização prévia a pacientes
independentes;
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07- Prevenir a contaminação por agentes
microbianos;
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08-Retirar luvas de procedimento e
higienizar as mãos;
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09-
Abrir a bandeja de cateterismo e adicionar os materiais descartáveis (sonda
de Folley, seringas, agulhas, gaze estéril e sistema coletor fechado) dentro
da técnica asséptica;
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09-Manipular material esterilizado sem
contaminação;
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10- Calçar luvas estéreis
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10- Calçar luvas estéreis (2 pares);
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11-Adaptar
a sonda de Folley ao coletor de urina sistema fechado;
|
11-Prevenir contaminação do sistema;
|
12-
Colocar gel hidrossolúvel na seringa de 20ml (se paciente masculino) e
colocar água destilada em seringa de 10ml;
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12-
Com auxílio de um colega, colocar gel hidrossolúvel na seringa de 20ml (se
paciente masculino) e colocar água
destilada em seringa de 10ml;
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13-
Testar o cuff (balonete) com a seringa de 10ml com água destilada;
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13-Verificar a integridade do balão;
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14-
Realizar antissepsia do meato uretral:
A.
feminino:
(1) com a mão não dominante, retrair
os grandes lábios e manter a posição ao longo do procedimento.
(2) usando pinça na mão dominante
esterilizada, pegar gazes estéreis saturadas com solução antisséptica e
limpar a área do períneo, limpando da frente para trás do clitóris na direção
do ânus. Com uma nova gaze para cada área,
limpar ao longo da dobra dos grandes
lábios, perto da dobra dos grandes lábios e diretamente sobre o centro do
meato uretral.
B. masculino:
(1) recolher o prepúcio com a mão não dominante, segurar o pênis
abaixo da glande. Manter a mão não dominante na
posição ao longo do procedimento.
(2) com a mão dominante, pegar uma gaze com a pinça e limpar o
pênis. Fazer movimento circular do meato uretral para baixo até a base da
glande. Repetir a limpeza três vezes, usando uma gaze limpa a cada vez.
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(1)
visualização total do meato uretral. Retração total previne a contaminação do
meato uretral durante a limpeza.
(2)
a limpeza reduz o número de microrganismos no meato uretral.
(2)
a limpeza reduz o número de microrganismos no meato uretral.
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15-
Retirar o primeiro par de luvas estéril usado na antissepsia;
|
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16- Posicionar o campo fenestrado
sobre a genitália;
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17-
Lubrificar a sonda com xilocaína. No homem, poderá ser injetado o
lubrificante diretamente na uretra através de seringa de 20 ml.
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17-Reduzir
a fricção e a possível irritação quando da inserção da sonda;
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18-
Introduzir a sonda delicadamente no meato uretral até observar a drenagem de
urina. Quando masculino, levantar o pênis na posição perpendicular ao corpo
do paciente;
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18-
O pênis devidamente posicionado facilita a inserção do cateter;
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19-
Insuflar o balonete com água destilada, observando o volume marcado na sonda;
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19-Manter
a extremidade distal da sonda no interior da bexiga;
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20-Tracionar
vagarosamente a sonda e fixar na parte interna da coxa (mulher) e área
suprapúbica (homem);
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20-
Evitar possível tensão no trígono urogenital (mulher) e tensão uretral na
junção penescrotal (homem);
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21- Não
se esquecer de reposicionar o prepúcio e remover o excesso de antisséptico da
área meatal;
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21-O
reposicionamento evita constrição do prepúcio atrás
da
glande do pênis – parafimose. A remoção do excesso de antisséptico impede a
irritação do tecido pelo contato prolongado com o antisséptico;
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22-
Prender o coletor na parte inferior da cama após colocar a data, hora e nome
do funcionário;
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22-Evitar refluxo de urina da bolsa para a
bexiga;
|
22-Evitar refluxo de urina da bolsa
para a bexiga;
|
23-Manter conforto e segurança;.
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24- Encaminhar o material utilizado ao
expurgo;
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|
25- Retirar luvas e higienizar as
mãos;
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25-Reduzir transmissão de
microrganismos;
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26- Checar o procedimento;
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26-Informar que a ação foi
realizada;
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27- Realizar as anotações de enfermagem no
prontuário.
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27-Documentar
o cuidado e subsidiar o tratamento;
Artigos
71 e 72 do Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem (Responsabilidades e Deveres).
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Observações
Importantes:
·
Em pacientes acamados, com sonda
vesical, deve-se fazer higiene íntima após cada evacuação.
·
Em alguns casos de retenção urinária
pode ser colocada bolsa de água morna ou compressas na região suprapúbica.
·
Observar e anotar o volume urinário,
cor e o aspecto.
·
Desinsuflar o balão na retirada da
sonda vesical, observar e anotar a primeira micção espontânea.
·
O sistema de drenagem deve ser
obrigatoriamente “fechado” e trocado toda a vez que for manipulado inadequadamente.
·
Não abrir o sistema de drenagem, para realizar
coleta de exames.
·
Realizar higiene perineal com água e sabão, e do
meato uretral, pelo menos 2X ao dia.
Referências:
ATKINSON, Leslie D.; MURRAY, Mary
Ellen. Fundamentos de enfermagem: introdução ao processo de enfermagem.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008
CARMAGNANI, Maria I. S. et al. Procedimentos
de enfermagem: guia prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
Claudia Cristine de Souza Gonçalves;
Fabiano Rodrigues do Santos; Madalena Monterisi Nunes; Paola Carbone. Enfermagem
- Técnicas e Procedimentos: 1ª Edição, Editora Rideel