CONCEITO
A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, incurável
e com alta morbimortalidade. Predominante em negros, mas que pode manifestar-se
também em pardos e brancos devido a miscigenação. A característica principal da
Anemia Falciforme é a deformação que causa na membrana dos glóbulos vermelhos
do sangue. A doença é causada por uma alteração do cromossomo 11.
UM POUCO DE GENÉTICA
O cromossomo é uma sequência de DNA composto por vários
genes que determinam as nossas características. O ser humano possui 46
cromossomos, 23 de cada um dos pais. Por exemplo, a cor dos nossos cabelos é o
resultado entre a combinação do gene para cor de cabelo do pai e da mãe.
O gene que determina a característica das nossas hemácias
fica em uma parte do cromossomo 11. Para que haja a anemia falciforme é
necessário que a mãe e o pai tenham e transmitam o gene defeituoso. Quando se
recebe o gene defeituoso de um dos pais, chamamos essa pessoa de portadora de
traço falciforme. É um carreador assintomático do gene. Se essa pessoa tiver
filhos com alguém que tenha a doença ou com outro carreador assintomático, o
filho pode ter anemia falciforme.
OS GLÓBULOS VERMELHOS
O nosso sangue é formado por
milhões de células vermelhas chamadas hemácias, também conhecidas por glóbulos vermelhos. As
hemácias são arredondadas, achatadas e elásticas e possuem um pigmento
denominado hemoglobina, que confere a coloração vermelha ao sangue. A
hemoglobina é responsável por levar o oxigênio dos pulmões para todo o corpo
através da corrente sanguínea, para que todos os órgãos funcionem normalmente.
Devido sua forma arredondadas e elásticas elas passam facilmente por todos os
vasos sanguíneos do corpo, mesmo os mais finos.
A maioria das pessoas recebe dos pais os genes para
hemoglobina chamada A (Hb
A).. Assim, estas pessoas como recebem genes maternos e paternos
são denominadas “AA”.
Hemácias Normocíticas
Quando diminui o oxigênio na circulação, os glóbulos vermelhos com a hemoglobina S podem ficar com a forma de meia lua ou foice, perdem a mobilidade e flexibilidade e são mais rígidos, por esse motivo têm dificuldade para passar pelos vasos sanguíneos, formando um aglomerado de glóbulos vermelhos que impede a circulação do sangue e o oxigênio para os tecidos e órgãos.
Hemácias Falciformes
HISTÓRICO
A alteração genética que determina a doença Anemia
Falciforme é decorrente de uma mutação dos genes ocorrida há
milhares de anos, predominantemente, no continente africano onde houve três
mutações independentes, atingindo os povos do grupo linguístico Bantu e os
grupos étnicos Benin e Senegal (SERJEANT, 1998).
Vários pesquisadores associam a mutação genética como resposta do organismo à
agressão sobre os glóbulos vermelhos pelo Plasmodium falcíparum, agente
etiológico da malária. Esta hipótese é sustentada sob dois pontos de vista: milenarmente, a prevalência da malária é alta nestas regiões, e o fato dos
portadores do traço falciforme terem adquirido certa resistência a essa doença.
As pessoas com Anemia Falciforme não são resistentes a malária.
Estudiosos de antropologia genética estimam que o tempo decorrido para que esta
mutação se concretizasse foi de 70.000 a 150.000 anos passados, ou seja, 3.000
a 6.000 gerações (SERJEANT, 1985, 1992).
Nas regiões da África, onde se deram as mutações, o gene HbS pode ser
encontrado na população, em geral, em uma prevalência que varia de 30 a 40%. O
fenômeno de mutação do gene HbS também ocorreu na península árabe, centro da
Índia e norte da Grécia.
QUADRO CLÍNICO
Além dos sintomas comuns de qualquer outro tipo de
anemia, como cansaço, palidez e sono, a anemia falciforme produz outros
sintomas característicos, como:
- Anemia,
porque os glóbulos vermelhos, devido ao seu aspeto em forma de foice,
"morrem" mais rapidamente, ocorrendo diminuição do transporte de
oxigênio e nutrientes;
- Cansaço
e palidez por causa da redução de oxigênio e
nutrientes no cérebro e no resto do corpo;
- Dores
nos ossos, músculos e articulações porque o oxigênio
chega em menor quantidade;
- Mãos
e pés inchados, pois o sangue tem maior dificuldade em
chegar às extremidades;
- Infecções
frequentes porque os glóbulos vermelhos podem
danificar o baço, que ajuda a combater as infecções;
- Retardo
no crescimento e atraso da puberdade, pois os glóbulos vermelhos da
anemia falciforme fornecem menos oxigênio e nutrientes para o corpo
crescer e se desenvolver;
- Olhos
e pele amarelados devido ao fato dos glóbulos
vermelhos "morrerem" mais rapidamente e, por isso, o pigmento
bilirrubina se acumular no organismo causando a cor amarelada na pele e
olhos
·
Problemas
neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais;
·
Priapismo:
Condição, associada ou não a um estímulo sexual, na qual
o pênis ereto não retorna ao seu estado flácido habitual. Essa ereção é
involuntária, duradora (cerca de 4 horas), geralmente dolorosa e potencialmente
danosa, podendo levar à impotência sexual irreversível, constituindo-se numa
emergência médica.
Estes
sintomas aparecem, geralmente, após os 4 meses de idade. Nos casos mais graves,
o paciente pode apresentar:
·
Crise
aplástica: quando a medula óssea interrompe a produção de sangue,
normalmente associada a alguma infecção por vírus.
·
Crise
de sequestro esplênico: se caracteriza pelo armazenamento de
sangue no fígado, acompanhado de dores abdominais e queda acentuada da
hemoglobina.
·
Síndrome
torácica aguda: o paciente apresenta falta de ar, febre e
dor torácica.
DIAGNÓSTICO
A eletroforese de hemoglobina é o exame laboratorial
específico para o diagnóstico da anemia falciforme, mas a presença da
hemoglobina S pode ser detectada pelo teste do pezinho quando a criança nasce.
TRATAMENTO
Não há tratamento específico para a anemia falciforme,
uma doença para a qual ainda não se conhece a cura. Os portadores precisam de
acompanhamento médico constante (quanto mais cedo começar, melhor o
prognóstico) para manter a oxigenação adequada nos tecidos e a hidratação,
prevenir infecções e controlar as crises de dor.
COMPLICAÇÕES
As complicações que podem afetar os paciente com anemia
falciforme podem ser:
- Inflamação
das articulações das mãos e dos pés que deixa-os inchados e muito
doloridos e deformados;
- Aumento
do risco de infecções devido ao comprometimento do baço, que não irá
filtrar o sangue devidamente, permitindo assim a presença de vírus e
bactérias no corpo;
- Aumento
da frequência urinária, é comum a urina ser mais escura e a criança urinar na cama até a adolescência;
- Feridas
nas pernas que são de difícil cura e que necessitam de curativos 2 vezes
ao dia;
- Comprometimento
do fígado que se manifesta através de sintomas como cor amarelada nos
olhos e na pele, mas que não é hepatite;
- Cálculos
biliares;
- Diminuição
da visão, cicatrizes, manchas e estrias nos olhos, em alguns casos pode
levar à cegueira;
- AVC,
devido a dificuldade do sangue em irrigar o cérebro.
As transfusões de sangue também podem fazer parte do
tratamento, para aumentar o número de glóbulos vermelhos na circulação, sendo
que apenas o transplante de medula óssea oferece a única cura potencial para a
anemia falciforme, porém pode ser difícil encontrar um doador.
ALIMENTAÇÃO
Por falta de conhecimento da população, a anemia
falciforme é comumente confundida com anemia tradicional, que ocorre pela falta
de ferro no organismo e leva alguns portadores a adotarem uma alimentação
inadequada.
Para que o portador da doença falciforme tenha uma alimentação correta e evite pioras, principalmente nas crises de dores, é importante que eles sejam orientados a não comer alimentos ricos em ferro (feijão, lentilha, grão de bico, ervilha, jaca, banana, quiabo, etc.) junto com fontes de vitamina C (laranja, lima, tangerina, caju, limão e acerola). “A vitamina C aumenta a absorção do ferro pelo organismo e isso é prejudicial para o falcêmico, pois acelera a hemólise (a quebra da hemácia) e piora as dores, já que a carcaça destas hemácias fica na circulação sanguínea e obstrui as veias”.
A restrição deverá acontecer principalmente com o ferro de alimentos de origem vegetal. “Para as fontes animais, como a carne vermelha, a branca e o fígado, o perigo é menor, pois são fontes do chamado ferro heme, e não são bem absorvidas pelo organismo do falcêmico”.
Os portadores da anemia falciforme também devem dar preferência a alimentos ricos em ácido fólico, presente nos vegetais verde escuros, como a couve e o pimentão e, se possível, tomar suplementos desta substância diariamente. “O ácido fólico é importante, pois aumenta a atividade da medula óssea, responsável por fabricar novas hemácias”.
Ingerir bastante líquido, uma média de oito copos por dia, e evitar alimentos que provoquem desidratação, como excesso de sal e café (que é diurético), ajuda a melhorar a circulação sanguínea e evitar crises de dor. “Hidratação é sempre importante, deve se ter cuidado com perda de líquido. O paciente deve estar sempre se hidratando, ingerindo líquidos”.
Pessoas com anemia falciforme devem seguir uma alimentação saudável e com cuidados específicos, com auxilio de nutricionistas.
Também recomenda-se que realize uma atividade física para estar sempre saudável. Entretanto, exercícios que exigem demais do físico devem ser evitados. Lembrando que, ao fazer os exercícios, deve-se beber bastante líquido, para evitar a desidratação. A água é o elemento principal para o bom funcionamento do organismo em todos os sentidos, por isso é importante usar e abusar desse líquido.
Para que o portador da doença falciforme tenha uma alimentação correta e evite pioras, principalmente nas crises de dores, é importante que eles sejam orientados a não comer alimentos ricos em ferro (feijão, lentilha, grão de bico, ervilha, jaca, banana, quiabo, etc.) junto com fontes de vitamina C (laranja, lima, tangerina, caju, limão e acerola). “A vitamina C aumenta a absorção do ferro pelo organismo e isso é prejudicial para o falcêmico, pois acelera a hemólise (a quebra da hemácia) e piora as dores, já que a carcaça destas hemácias fica na circulação sanguínea e obstrui as veias”.
A restrição deverá acontecer principalmente com o ferro de alimentos de origem vegetal. “Para as fontes animais, como a carne vermelha, a branca e o fígado, o perigo é menor, pois são fontes do chamado ferro heme, e não são bem absorvidas pelo organismo do falcêmico”.
Os portadores da anemia falciforme também devem dar preferência a alimentos ricos em ácido fólico, presente nos vegetais verde escuros, como a couve e o pimentão e, se possível, tomar suplementos desta substância diariamente. “O ácido fólico é importante, pois aumenta a atividade da medula óssea, responsável por fabricar novas hemácias”.
Ingerir bastante líquido, uma média de oito copos por dia, e evitar alimentos que provoquem desidratação, como excesso de sal e café (que é diurético), ajuda a melhorar a circulação sanguínea e evitar crises de dor. “Hidratação é sempre importante, deve se ter cuidado com perda de líquido. O paciente deve estar sempre se hidratando, ingerindo líquidos”.
Pessoas com anemia falciforme devem seguir uma alimentação saudável e com cuidados específicos, com auxilio de nutricionistas.
Também recomenda-se que realize uma atividade física para estar sempre saudável. Entretanto, exercícios que exigem demais do físico devem ser evitados. Lembrando que, ao fazer os exercícios, deve-se beber bastante líquido, para evitar a desidratação. A água é o elemento principal para o bom funcionamento do organismo em todos os sentidos, por isso é importante usar e abusar desse líquido.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
- Exija que o teste do pezinho seja feito em seu filho/a logo depois do nascimento. Se for constatado que é portador de anemia falciforme, encaminhe-o logo para um médico especialista;
- Procure imediatamente assistência se a pessoa com anemia falciforme tiver uma crise de dor. Embora às vezes ela possa ser tratada em casa com analgésicos, repouso e ingestão de muito líquido, só o médico poderá avaliar a necessidade de internação hospitalar;
- Entenda a febre do portador de anemia falciforme como um sinal de alerta e não faça uso de medicamentos sem orientação médica que acompanha o caso;
- Leve imediatamente para o hospital mais próximo, a criança com anemia falciforme que ficou pálida de repente;
- Lembre-se de que alterações oculares podem ocorrer nesses pacientes. Por isso, eles devem ser avaliados periodicamente por um oftalmologista.
FONTES
www.jornalfolhadosul.com.br/
www. minhavida.com.br/
www.copacabanarunners.net
anemiafalciformebrasilia.blogspot.com
drauziovarella.com.br
www.inctsangue.net.br
http:/ http://www.mdsaude.com/
www.saude.sp.gov.br/
BIBLIOGRAFIAS
Doença
das Células Falciformes- Naoum, Paulo Cesar; Naoum, Flávio Augusto
Editora Sarvier
Anemia Falciforme- Rocha, Heloísa Hellena Gallo da, Editora Rubio, 1ª edição
Enfermagem
no Tratamento da Anemia Falciforme- Gilka Eva Rodrigues dos Santos
Editora: Epu, 1ª edição
Editora: Epu, 1ª edição
Nenhum comentário:
Postar um comentário